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Energia solar noturna? Cemig responde à denúncia compartilhada pelo senador Cleitinho

A Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) emitiu uma nota nesta segunda-feira (17) para esclarecer uma polêmica levantada por um influenciador digital, que afirmou que a empresa estaria permitindo a geração de energia solar apenas no período noturno. A denúncia foi divulgada em um vídeo feito por Felipe Vasconcelos Negraes, que foi compartilhado pelo senador Cleitinho Azevedo (Republicanos), no domingo (16). O conteúdo viralizou rapidamente, ultrapassando 1 milhão de visualizações em menos de 24 horas.

No vídeo, Felipe Vasconcelos alegou que, devido a uma brecha na Lei 14.300/22 – que estabeleceu o Marco Legal da Micro e Minigeração de Energia –, em Minas Gerais, a geração de energia solar estaria restrita ao período das 19h às 5h. “Agora teremos a energia lunar”, ironizou o influenciador.

Cemig rebate “energia lunar”

Em sua nota, a Cemig desmentiu a acusação, classificando a afirmação de “energia lunar” como uma falácia. A empresa explicou que a medida citada visa evitar sobretensões nas redes de distribuição, que poderiam prejudicar a qualidade do fornecimento de energia aos consumidores.

“A produção de energia solar ocorre durante o dia, com a incidência da luz solar. A Cemig, ao receber um pedido de conexão, realiza uma análise para verificar se a rede local pode suportar o novo ponto de geração. Quando a rede não suporta, há risco de inversão de fluxo – ou seja, quando a geração de energia é maior do que o consumo local. Nesses casos, o cliente pode armazenar a energia gerada e utilizá-la à noite”, explicou a Cemig.

A empresa também destacou que segue todas as determinações da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e reforçou que a ideia de “energia lunar” não existe. “Entre as consequências da inversão de fluxo estão a sobrecarga dos transformadores, interrupções no fornecimento de energia e redução da vida útil dos equipamentos da rede elétrica, o que afeta diretamente a qualidade do serviço prestado.”

Polêmica e o conflito de interesses

A questão levantada nas redes sociais ocorre em meio a um conflito maior entre o setor de geração distribuída de energia e a Cemig. Empresas do setor acusam a estatal mineira de limitar a conexão de novos geradores, criando uma reserva de mercado.

Segundo o vice-presidente da Cemig Distribuição, Marney Antunes, a acusação de geração de “energia lunar” é infundada. Ele destacou que os pedidos de instalação de energia solar em residências, com potência de até 7,5 kW, estão sendo aprovados normalmente. “Esses clientes podem gerar energia solar em suas residências sem problemas. Liberamos 81% dos pedidos sem restrições”, afirmou Antunes.

Ele também esclareceu que a análise mais rigorosa ocorre em “fazendas solares”, onde o risco de inversão de fluxo é maior. “Quando o consumo de energia em uma região é menor que a quantidade gerada, essa inversão de fluxo pode causar danos aos equipamentos das subestações e interrupções de energia. Por isso, existe uma regra para limitar as conexões.”

Por fim, Antunes reiterou que a geração de energia solar ocorre normalmente durante o dia e que os clientes podem armazenar o excesso em baterias para uso noturno. “A narrativa de ‘energia lunar’ é falsa e não reflete a realidade.”

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