Exame toxicológico passa a ser obrigatório para tirar CNH nas categorias A e B

O Congresso Nacional aprovou uma nova exigência para quem deseja obter a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) nas categorias A (motos) e B (carros): a apresentação de resultado negativo em exame toxicológico. A medida foi aprovada na última quinta-feira (29) pela Câmara dos Deputados, após alterações feitas pelo Senado. O texto agora segue para sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Com a mudança, o exame passa a ser obrigatório também para quem busca a Permissão para Dirigir, primeira etapa do processo de habilitação. Até então, o teste era exigido apenas de motoristas das categorias C, D e E — voltadas ao transporte de cargas e passageiros, como caminhões e ônibus.

A nova regra estende a todo condutor iniciante as mesmas exigências aplicadas aos motoristas profissionais. O objetivo, segundo os parlamentares que aprovaram a proposta, é reforçar a segurança nas vias e evitar que condutores sob o efeito de substâncias psicoativas coloquem vidas em risco.

Onde será feito o exame?

Os exames toxicológicos serão realizados em clínicas médicas já credenciadas para atender condutores de veículos maiores. Caso a própria clínica credenciada ao Detran deseje oferecer o exame toxicológico, ele deverá ser realizado “em ambiente físico próprio e segregado”, de acordo com o novo texto.

Quais drogas o exame detecta?

O exame é capaz de identificar, por meio de amostras de cabelo, pelos ou unhas, o uso de substâncias psicoativas em um período de até 90 dias. Entre as drogas rastreadas estão:

  • Anfetaminas e seus derivados
  • Maconha (THC e outros canabinoides)
  • Cocaína e metabólitos
  • Opiáceos (como morfina e heroína)

A nova legislação define essas substâncias como “psicoativas que, comprovadamente, comprometam a capacidade de direção”.

Impacto e debate

A proposta faz parte de um conjunto de alterações no Código de Trânsito Brasileiro (CTB). Especialistas destacam que a medida poderá ter impacto no bolso dos candidatos à CNH, já que o custo do exame varia de R$ 120 a R$ 200, dependendo da clínica. Por outro lado, autoridades de trânsito e entidades de segurança viária avaliam que a ampliação do teste é um avanço importante para a redução de acidentes e mortes no trânsito. Após a sanção presidencial e publicação em Diário Oficial, a medida deverá ser regulamentada pelos órgãos competentes para entrar em vigor.

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