A economia dos Estados Unidos iniciou o ano de 2025 com desempenho abaixo do esperado. O Produto Interno Bruto (PIB) do país recuou 0,3% no primeiro trimestre, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (30) pelo Escritório de Análise Econômica (BEA, na sigla em inglês). Esse é o primeiro recuo trimestral desde 2022, e o dado considera a taxa anualizada — metodologia adotada nos EUA, diferente da usada pelo IBGE no Brasil.
O resultado surpreendeu negativamente o mercado, que projetava crescimento. De acordo com pesquisa da agência Bloomberg, a expectativa era de uma alta de 0,5% no período, com o piso das estimativas indicando crescimento de 0,2%. O dado, abaixo até do limite inferior das projeções, derrubou as principais Bolsas americanas.
A retração ocorre em meio a um cenário de forte incerteza econômica. Um dos principais fatores apontados como causa para o desempenho fraco foi o salto nas importações, impulsionado por uma corrida de empresas e consumidores para antecipar compras antes da aplicação das tarifas anunciadas pelo presidente Donald Trump. A medida, que visa sobretaxar todas as importações, foi oficializada no início de abril, mas já afetava o mercado desde o anúncio preliminar.
Apesar da queda no PIB, alguns setores apresentaram crescimento. Os investimentos privados, as exportações e o consumo das famílias tiveram desempenho positivo. No entanto, o consumo — tradicional motor da economia americana — perdeu fôlego. Os gastos dos consumidores cresceram apenas 1,8%, o ritmo mais fraco desde meados de 2023.
No último trimestre de 2024, a economia americana havia registrado um crescimento robusto de 2,4%, também na taxa anualizada. O contraste com o início de 2025 acende um alerta sobre os desafios econômicos que a administração Trump enfrentará nos próximos meses.
Especialistas agora acompanham com atenção os próximos passos da política econômica do governo e seus impactos sobre o comércio global e a confiança dos investidores.