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Polêmica em Bom Jesus do Galho: Prefeitura Sanciona Lei Contra Fogos de Artifício e Gasta R$ 148.730,70 com Itens Pirotécnicos

BOM JESUS DO GALHO – A Prefeitura de Bom Jesus do Galho se encontra no centro de uma polêmica após a sanção de uma lei que proíbe a soltura de fogos de artifício no município, com o objetivo de preservar a saúde mental da população, especialmente de autistas, pessoas com sofrimento mental, idosos, pessoas acamadas e animais. A iniciativa foi amplamente divulgada pelo prefeito nas redes sociais, destacando a importância da medida para o bem-estar coletivo.

No entanto, a atitude foi considerada incoerente por muitos moradores. Documentos disponíveis no Portal da Transparência da Prefeitura revelam a existência de contratos recentes para a compra de uma grande quantidade de fogos de artifício, com valores significativos. Esses itens, incluindo o “rojão Treme Terra”, conhecido por seu efeito sonoro semelhante a uma explosão de bomba, estão programados para serem utilizados a partir deste final de semana.

A situação gerou indignação nas redes sociais, onde cidadãos expressaram surpresa e desapontamento com a discrepância entre a nova legislação e as ações da administração municipal. A contradição entre o discurso de proteção e a prática de adquirir e utilizar fogos de artifício levantou questões sobre a real intenção e a seriedade da lei recém-sancionada.

Os documentos exibidos no Portal da Transparência especificam não apenas os valores dos contratos, mas também a lista detalhada dos tipos de fogos a serem utilizados e as datas previstas para a soltura. No rol de fogos, prevalecem os artefatos pirotécnicos com estampido e de maior risco, como da classe D. Esses fogos chegam a produzir ruídos de até 140 decibéis, sendo que a exposição a sons acima de 85 decibéis já é capaz de causar problemas auditivos temporários ou permanentes, conforme a Associação Brasileira de Otorrinolaringologia. Em situações de som alto e forte, as células da parte interna do ouvido podem ser danificadas, levando a um trauma acústico que resultará na queda súbita de audição. A população agora aguarda um posicionamento oficial do prefeito e uma explicação sobre essa aparente incoerência.

Outra atitude do Executivo municipal está provocando estranheza entre os munícipes. A Prefeitura adquiriu mais de R$ 37 mil em carnes para um churrasco que será oferecido à população na Festa do Bonjesuense Ausente. A nota fiscal da compra e a descrição histórica indicam que as carnes seriam destinadas à distribuição entre pessoas da terceira idade. No entanto, há informações de que a verdadeira destinação seria a festa, o que levanta suspeitas de incoerência e possível irregularidade, especialmente em período de pré-campanha eleitoral.

“Ao todo, a Prefeitura de Bom Jesus, segundo aponta o Portal da Transparência, gastará quase dois milhões com a realização da Festa do Bonjesuense Ausente, uma atitude no mínimo ousada em ano de eleições. O uso escancarado da máquina administrativa, o abuso do poder político e econômico é ilegal, fere o Direito Eleitoral, torna a corrida eleitoral injusta e desequilibra a concorrência entre os candidatos”, comentou um munícipe que não quis se identificar. Ele ainda acrescentou que “mesmo o uso da rádio comunitária local indevidamente, como vem sendo feito, é um ato de abuso de poder.”

A aquisição das carnes, somada à compra de foguetes e à verba astronômica investida na festa, amplia a desconfiança sobre as ações do Executivo e a conformidade dessas ações com a legislação eleitoral. “O povo terá rojão Treme Terra, regado a boca livre de churrasco comprado para a terceira idade, um festejo do torra tudo pelo voto”, enfatizou o bonjesuense. Ele sublinhou que “o impacto dessa situação na confiança pública na administração municipal é significativo, e a expectativa é que as autoridades forneçam esclarecimentos sobre os motivos que levaram a essas decisões, contradizendo as recentes proibições e levantando suspeitas de irregularidades”.

Essa controvérsia ressalta a importância da transparência e da coerência nas ações governamentais, principalmente quando se trata de medidas que afetam diretamente a saúde e o bem-estar da população.

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