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Estudantes sugerem nome popular para mosca descoberta no Parque Estadual do Rio Doce

Na quinta (25) e sexta-feira (26), estudantes do ensino fundamental das redes municipais de Marliéria participaram de mais uma rodada do Projeto Tem Bicho no Parque. Desta vez, pesquisadores abordaram em sala de aula a mosca Mapinguari uai, descoberta no território do Parque Estadual do Rio Doce – Perd. Além de estudar a respeito do inseto, estudantes montaram uma réplica e sugeriram nome popular para ele. O Tem Bicho no Parque é fruto de parceria entre o Instituto Estadual de Florestas – IEF, Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG e pesquisadores atuantes do no Perd.

Ao todo, mais de 180 estudantes do 5º e 6º ano participaram da terceira ação realizada por meio do projeto. Anteriormente, foram estudados o tatu-canastra (Priodontes maximus), espécie vulnerável, e o bicudo (Sporophila maximiliani), ave criticamente em perigo. As visitas às escolas são realizadas com representantes do Perd e pesquisadores que atuam na unidade de conservação. Durante os encontros, o conteúdo educativo é desenvolvido junto às crianças por meio de oficinas e atividades lúdicas.

Educação ambiental no entorno do Perd

O professor doutor em Ecologia e idealizador da iniciativa, Daniel Maroneze, explica que o projeto nasceu a partir de sugestões dos guardas-parque para que o conhecimento científico gerado no PERD fosse levado às comunidades do entorno.

“Durante o desenvolvimento de uma pesquisa, eles disseram que o que os cientistas faziam no parque não retornava diretamente para a comunidade. Assim surgiu a ideia de fazermos um projeto de educação ambiental, o “De Minas para o Mundo: Orgulho de viver no Parque Estadual do Rio Doce”, para colocar os cientistas em diálogo com as comunidades, escolas. Como um braço do projeto, desenvolvemos o Tem Bicho no Parque no qual elaboramos, junto com os funcionários do PERD, um álbum de figurinhas com os animais atrativos para as crianças. Depois, viabilizado pela gestão do parque, se concretizaram as visitas nas diversas escolas ao longo do ano”, explica Daniel.

O pedagogo da Escola Municipal José Pedro da Silva, Alan Benevenuto, frisou que o projeto propõe a educação ambiental de forma prática e relacionada à experiência da comunidade. “Hoje é inviável deixar de pensar no cuidado com os recursos naturais e na relação com o meio no qual estamos inseridos. O projeto sai da perspectiva de uma educação ambiental conteudista e teórica, e parte para a vivência. Com a participação de pesquisadores e dos agentes do PERD, o projeto tem oportunizado para as nossas crianças a prática desse conhecimento. A relação PERD e escola tem se mostrado enriquecedora para os dois lados”, destaca Alan.

Nome popular para Mapinguari uai

Em 2016, um grupo de pesquisadores descreveu uma nova espécie de mosca encontrada no Parque Estadual do Rio Doce, cujo nome científico é Mapinguari uai. Membro do projeto Tem Bicho no Parque e servidora da UFMG, Vanessa Cappelle, explica que o inseto ainda não possui um nome popular e que as sugestões foram coletadas junto aos estudantes.

“O gênero da mosca só era conhecido na região amazônica. A pesquisadora Júlia Calhau descobriu que esse gênero também ocorre aqui no Perd, mas ela ainda é misteriosa e necessita de mais estudos. A mosca da Amazônia chama-se Mapinguari politus, o inseto descoberto no PERD foi nomeado como Mapinguari uai para aproximar com o modo do falar mineiro. Agora, estamos propondo às crianças que façam sugestão para o nome popular a ser dado para a mosca”, informa Vanessa.

Após coletar as sugestões dadas pelos estudantes das escolas de Marliéria e Dionísio, as propostas serão levadas para uma comissão de pesquisadores realizarem a avaliação e escolha do nome mais adequado para ser dado ao inseto.

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