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Polícia Civil desarticula, em Ipatinga, parte de organização criminosa ligada ao comando vermelho do Rio de Janeiro

Na manhã desta quarta-feira, 07/06/2023, a Polícia Civil de Minas Gerais, por meio da Delegacia de Ipatinga, apresentou os resultados das investigações concluídas após uma operação policial realizada no dia anterior (06/06), denominado Operação Red House. A operação resultou no cumprimento de oito mandados de prisão de cinco autores e 12 mandados de busca e apreensão, contando com a participação de 62 policiais civis.

De acordo com o relatório apresentado pelos Delegados Gilmaro Alves Ferreira, chefe de Departamento, Thiago Alves Henriques (Delegado Regional) e pela Delegada Talita Martins Soares, que presidiu o Inquérito Policial, foi possível desarticular uma parte da organização criminosa chamada BT 16, localizada no Bairro Bethânia, em Ipatinga. Essa organização está ligada ao Comando Vermelho do Rio de Janeiro e é responsável pelo fornecimento de substâncias entorpecentes na região do bairro Bethânia, além de roubos e homicídios.

A organização, altamente estruturada, hierarquizado e organizada, dividia o segundo maior bairro de Ipatinga, ou seja, o bairro Bethania, com uma população de 28.000 habitantes, em 4 (quatro) diferentes “frentes”. Cada frente era liderada por um chefe e seus subordinados, sendo responsáveis pela venda de drogas;  composta por adultos em conjunto com adolescentes. Estes últimos tinham a responsabilidade de assumir a propriedade das drogas em caso de abordagem policial. As frentes, conforme a divisão da organização eram denominadas “Graminha”, ADF (área da feira), MDC (Morro do Cruzeiro) e PFB (Ponto Final do Bethânia). Os lucros obtidos com o tráfico eram divididos em três partes: a primeira parte para os vendedores, a segunda para o chefe da frente e a terceira parte era destinada ao Comando Vermelho do Rio de Janeiro, para abastecimento de drogas e armamentos, com indícios de entrega de dinheiro pessoalmente ao Comando Vermelho no Estado do Rio de Janeiro.

O líder da quadrilha foi identificado por esta investigação, como a pessoa responsável pela conexão entre a organização BT16 e o Comando Vermelho no Rio, o qual foi preso pela Polícia Civil e Militar no Rio de Janeiro, após envolvimento em um roubo a uma joalheria em Araruama/ RJ em 20/04/2021. Mesmo estando detido, ele continua comandando o tráfico no bairro Bethânia.

Além do tráfico de drogas, a quadrilha também era responsável por roubos na cidade e região. Os membros da organização possuíam códigos internos, ou regras para todos os participantes, e uma deles era o de destruir aparelhos celulares durante abordagens policiais, com objetivo de encobrir as ações criminosas que eram postadas em um grupo de rede social. O não cumprimento dessa regra era punida com assassinatos e torturas. Entre os homicídios praticados pelo grupo, destaca-se o caso de um adolescente de 16 anos, que foi sentenciado à morte pelo grupo após entregar seu telefone e revelar a senha aos policiais durante uma abordagem no bairro, numa ação denominada de “tribunal do crime”.

Esse brutal assassinato foi gravado pelos criminosos e circulou dentro do bando, servindo como exemplo para intimidar os membros a não descumprirem os códigos/regras estabelecidos. Em diversas ocasiões, o grupo filmava suas atividades criminosas para enviar ao líder, como forma de demonstrar o cumprimento das ordens ou uma prestação  de contas. Ao término das investigações, um total de 31 pessoas foram indiciadas, das quais 11 estão atualmente presas, sendo a investigação se desdobrou em 3 inquéritos policiais.

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