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Polícia Civil do DF investiga grupo de pastores golpistas que lesaram mais de 50 Mil vítimas

Na manhã desta quarta-feira (20/09), a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) desencadeou a Operação Falso Profeta com o objetivo de cumprir dois mandados de prisão preventiva e 16 de busca e apreensão contra uma organização suspeita de aplicar golpes em mais de 50 mil vítimas no DF, em outras unidades federativas e até mesmo no exterior.

Os Principais Envolvidos:

O líder do grupo, Osório José Lopes Júnior, está entre os alvos, porém, não foi localizado e encontra-se foragido. O nome do outro procurado não foi divulgado e ele também não foi preso.

A Atividade Criminosa:

A investigação revelou que os suspeitos operavam como uma rede criminosa altamente organizada, com uma estrutura bem delineada e tarefas claramente divididas. Especializavam-se em crimes como falsidade ideológica, lavagem de dinheiro, sonegação fiscal e estelionato por meio das redes sociais. As vítimas eram persuadidas a investir quantias em dinheiro mediante a promessa de futuros retornos milionários.

O Estratagema Utilizado:

Os golpistas, em sua maioria, abordavam indivíduos de fé, principalmente evangélicos, através das redes sociais, invocando uma teoria conspiratória conhecida como “Nesara Gesara” para convencê-los a investir suas economias em operações financeiras fictícias ou projetos humanitários falsos. Prometiam um retorno financeiro imediato e uma rentabilidade exorbitante.

Promessas Irrealizáveis:

Eles chegaram a prometer que com um depósito mínimo de R$ 25, as pessoas poderiam receber de volta quantias na ordem de R$ 1 octilhão (ou 1 seguido de 27 zeros: R$ 1.000.000.000.000.000.000.000.000.000).

A Fraude na Organização:

Aproximadamente 200 indivíduos compunham o grupo, incluindo dezenas de líderes evangélicos que se autointitulavam pastores. Estes induziam e mantinham as vítimas, frequentemente membros de suas congregações, no erro, fazendo-as acreditar que eram escolhidas por Deus para receberem uma “bênção” financeira, ou seja, quantias bilionárias.

A Encenação Legal:

Os suspeitos mantinham empresas fictícias e de fachada, simulando serem instituições financeiras digitais com um capital social declarado elevado. Para dar um aspecto de autenticidade e legalidade às operações financeiras, celebravam contratos ideologicamente falsos com as vítimas, prometendo a liberação de quantias surreais provenientes de títulos de investimento inexistentes, que supostamente estariam registrados no Banco Central do Brasil (Bacen) e no Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).

Consequências Financeiras:

A investigação também apontou uma movimentação superior a R$ 156 milhões nos últimos cinco anos, além da identificação de cerca de 40 empresas fictícias e de fachada, bem como mais de 800 contas bancárias suspeitas.

Persistência da Fraude:

Mesmo após a prisão em flagrante do principal influenciador digital da organização criminosa em dezembro do ano passado, o grupo continuou a perpetrar os golpes.

Ação Policial Abrangente:

Nesta fase da investigação, aproximadamente 100 policiais civis participaram do cumprimento dos mandados de busca e apreensão no Distrito Federal e em quatro estados: Goiás, Mato Grosso, Paraná e São Paulo. Além disso, foram realizadas medidas cautelares de bloqueio de valores e de redes sociais, com decisão judicial de proibição de utilização das mesmas.

Conclusão e Perspectivas Legais:

Os envolvidos poderão responder por delitos como estelionato, falsificação de documentos, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro, crimes contra a ordem tributária e organização criminosa, dependendo do grau de participação no esquema.

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