Após 25 anos de negociações, o Mercosul e a União Europeia anunciaram a conclusão do maior acordo comercial do mundo, que envolve mais de 718 milhões de pessoas e um PIB conjunto de US$ 22 trilhões. Este pacto marca um momento histórico tanto para a UE quanto para o Mercosul, com implicações econômicas profundas para as duas regiões.
O acordo, que atravessou cinco presidentes brasileiros e enfrentou diversas dificuldades, representa a maior parceria comercial e de investimentos já firmada. No entanto, apesar do êxito nas negociações, a ratificação do acordo do lado europeu ainda enfrentará desafios significativos, especialmente devido ao protecionismo da França e à resistência de países como Itália, Holanda e Polônia. A fragilidade política em algumas nações europeias, como a Alemanha, também pode complicar a implementação definitiva do pacto.
O que o Brasil ganha e onde cede
Para o Brasil, o acordo traz benefícios importantes, como a eliminação de tarifas para exportação de etanol, açúcar e carnes para o mercado europeu. No entanto, essas exportações estarão sujeitas a cotas limitadas. Por outro lado, o acordo concede à União Europeia maior acesso ao mercado do Mercosul para produtos industriais e automóveis, o que era uma prioridade para a Alemanha. Além disso, o pacto facilitará investimentos europeus na região e ampliará a importação de produtos específicos, como vinhos.
Próximos passos
A conclusão deste acordo histórico é apenas o começo de um novo capítulo nas relações comerciais entre as duas regiões. Apesar dos desafios políticos e protecionistas que ainda precisam ser superados, a assinatura deste pacto abre novas oportunidades para o crescimento econômico, investimentos e ampliação de mercados, beneficiando os países envolvidos.