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Cemig vai aumentar tarifas de energia a partir desta quarta

Aneel autoriza aumentos em baixa e alta tensões; no consumo residencial, o reajuste aprovado é de 5,22%

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) autorizou a Cemig a reajustar suas tarifas de energia. A companhia é responsável pelo fornecimento em 774 municípios de Minas Gerais, atendendo cerca de 8,8 milhões de pessoas.

Conforme a Aneel, o aumento para consumidores residenciais será de 5,22%. No reajuste para clientes de alta tensão, como indústria e grandes comércios, o percentual aprovado foi de 14,31%.

Já para sistemas de baixa tensão, como iluminação pública e sistemas agropecuários, lojas e edifícios comerciais, o índice ficou em 6,23%. O efeito médio para consumidores em geral será de 8,80%, informou a Aneel.

O reajuste entra em vigor a partir desta quarta-feira (22 de junho). Em nota, a Cemig afirmou que o aumento no preço da conta de luz vai ocorrer após dois anos sem reajustes. Ainda conforme a companhia, apenas 23,1% do valor cobrado na tarifa é repassado à empresa.

O montante referente aos 76,9% são distribuídos em tributos pagos aos governos estadual e federal, compra de energia, encargos para linhas de transmissão e receitas irrecuperáveis.

“Os impostos arrecadados na tarifa de energia, como taxa de iluminação pública, ICMS, PIS e Cofins são repassados integralmente para as prefeituras, Governo Estadual e Governo Federal”, argumenta a Cemig. 

Energisa 

A Aneel também aprovou, nesta terça-feira, o reajuste da Energisa – companhia de distribuição de energia elétrica que atua em 66 municípios do interior de Minas. O índice para clientes de alta tensão foi de 21,51%, contra um percentual de 15,19% para sistemas de baixa tensão. 

No consumo residencial, as contas de luz terão os valores incrementados em 13,40%. Neste caso, o efeito médio sentido pelos consumidores será de 16,57%. Conforme a Aneel, a empresa tem 476 mil unidades consumidoras no Estado e os novos valores também passam a vigorar nesta quarta-feira.

Impactos 

O professor do curso de economia do Ibmec-BH Hélio Berni afirmou que o reajuste nas tarifas de energia é mais um golpe ao orçamento das famílias em 2022. “Não está sendo um ano muito fácil. Aumento no preço de alimentos, cesta básica subindo, combustível subindo e esse reajuste da energia já era esperado e mais um item para compor o processo de deterioração do poder de compra das famílias, frisa. 

O docente explica que com a inflação, o poder de barganha dos consumidores para tentar obter ganhos salariais acaba reduzido, inviabilizando incrementos no orçamento para fazer frente à alta de preços. Berni explica, ainda, que além do consumo residencial, os consumidores também vão arcar com os gastos adicionais de energia na indústria e no comércio. 

“As famílias vão ser impactadas de duas maneiras. Diretamente porque a conta vai chegar mais cara em casa, e indiretamente porque vai ter um repasse das empresas. Normalmente, esse repasse está relacionado ao grau de essencialidade da mercadoria. Se é serviço de saúde, itens de alimentação, a empresa vai tentar repassar o máximo que puder”, analisa. 

Economista-chefe da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Minas Gerais (Fecomércio/MG), Guilherme Almeida afirmou que o comércio vai notar o reajuste com o aumento na matriz de custos, mas pode registrar queda nas vendas com o comprometimento maior da renda da população. 

Ele acredita que o repasse de custos pode não ocorrer de forma imediata. “Isso porque, apesar do aumento de custos ao empresário, o ambiente competitivo e as condições econômicas ainda em recuperação, fazem com que a cadeia produtiva, especialmente o comércio, absorva boa parcela dos aumentos, reduzindo suas margens”, afirma. 

Almeida ainda sugere que, frente mais um aumento, a população redobre a atenção ao orçamento. “O planejamento orçamentário é recomendado em todas as situações, tornando-se fundamental em períodos de aperto. Não conseguimos controlar aquilo que não conhecemos, por isso, fazer um planejamento, contemplando receitas e despesas, além dos compromissos financeiros já contratados (dívidas) é essencial para tomada de qualquer decisão”, acrescentou. 

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