Um morador de Timóteo de 58 anos, casado, tornou-se vítima de um golpe de extorsão após receber mensagens de uma pessoa que se apresentava como uma adolescente em seu perfil do Instagram.
Após aceitar a solicitação de amizade de um perfil chamado “Juliana Rodrigues”, que possuía alguns amigos em comum, a vítima começou a receber mensagens dessa pessoa pelo Instagram, solicitando contato pelo aplicativo de mensagens WhatsApp. O morador de Timóteo forneceu seu número de telefone para a suposta Juliana. A partir desse momento, começaram a trocar mensagens pelo WhatsApp, incluindo o envio de fotos íntimas.
No dia 12/06/2023, o morador de Timóteo recebeu uma ligação de alguém que se identificou como um delegado da Polícia Civil do Rio Grande do Sul, utilizando o número de telefone 51-9909-7271. Esse indivíduo informou que a mulher com quem a vítima estava trocando mensagens era menor de idade e ameaçou prender o morador, a menos que ele fizesse um depósito em uma conta bancária. Acreditando nas informações fornecidas, a vítima realizou um depósito no valor de R$25.000,00. O suposto delegado prometeu destruir as provas contra o morador.
No entanto, o suposto delegado entrou em contato novamente, alegando que outra pessoa teve acesso às mensagens e exigindo um novo depósito. O morador de Timóteo realizou outro depósito no valor de R$22.000,00 em 13/06/2023.
No dia 19/06/2023, o suposto delegado entrou em contato novamente, informando que a mulher chamada Juliana, com quem o morador de Timóteo havia trocado mensagens, havia se suicidado e que o morador deveria arcar com as despesas do funeral, estimadas em R$180.000,00. O suposto delegado exigiu que a vítima fizesse um novo depósito no valor de R$53.000,00. Em resposta a essa solicitação, o morador de Timóteo depositou R$30.000,00 no dia 19/06/2023 e R$23.000,00 no dia 20/06/2023. Todos os depósitos foram realizados na conta de Sabini da Silva Santos, por meio da chave PIX com CPF 535.539.420-53, sendo a instituição financeira utilizada o PagSeguro S.A.
No dia 21/06/2023, o morador de Timóteo procurou seu advogado para relatar os acontecimentos, sendo informado de que havia sido vítima de um golpe de extorsão. Diante disso, decidiu registrar o ocorrido e buscar recuperar o valor financeiro junto à sua instituição bancária.
Nesta semana operações policiais prenderam diversas pessoas no Brasil que faziam parte de uma quadrilha envolvendo esse tipo de estelionato.
Como funcionava o golpe dos nudes
- Criminosos pagavam uma menor de idade para fornecer fotos nuas;
- Contas falsas eram criadas nas redes sociais. Através desses perfis, fotos e vídeos da menor aliciada eram trocados com as vítimas;
- Outra pessoa da quadrilha se apresentava como pai ou mãe da jovem e alegava que a filha era menor de idade, a fim de acusar a vítima de pedofilia;
- Em alguns casos, outro membro do grupo se passava por policial e delegado de policia, para pressionar ainda mais o alvo do golpe;
- Na sequência, os suspeitos exigiam dinheiro depósitos à vítima, para que o caso não fosse levado à polícia ou divulgado a amigos e familiares.
