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Petrobras segura o aumento nos preços dos combustíveis antes do 2° turno

Estatal vende gasolina há seis semanas abaixo do preço de importação, diz consultoria

Petrobras: estatal segura reajuste nos preço dos combustíveis antes do 2° turno (Divulgação Vibra/Divulgação)

Petrobras: estatal segura reajuste nos preço dos combustíveis antes do 2° turno (Divulgação Vibra/Divulgação)

Por pressão do governo Jair Bolsonaro (PL), a Petrobras tem segurado os reajustes nos preços dos combustíveis às vésperas da eleição, mesmo com os valores nacionais abaixo do mercado internacional. Por conta dessa defasagem, há uma pressão interna dentro da empresa para aumentar os preços, o que só deve ocorrer após as eleições.

A estatal já vende gasolina nas refinarias abaixo do Preço de Paridade de Importação (PPI) há seis semanas e o diesel há quatro, de acordo com dados do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE). O PPI é a política de preços da Petrobras, que aplica no mercado interno o preço do barril de petróleo e do dólar.

De acordo com relatório de terça-feira do CBIE, a gasolina da estatal estava 12,27% ou R$ 0,46 por litro mais barata que os preços internacionais. O diesel segue 14,13% ou R$ 0,80 por litro abaixo do PPI. Na média da semana passada, a defasagem da gasolina ficou em 8,03% e, a do diesel, 13,55%.

Diante desses números, técnicos da estatal e parte da diretoria afirmam que já seria necessário reajustar os preços. O governo, porém, tem pressionado para evitar um aumento de preços antes do segundo turno das eleições, marcado para domingo.

O Conselho de Administração da empresa se reúne nesta quarta-feira, mas não deve haver nenhuma deliberação sobre o assunto nesta semana. Os conselheiros vão receber uma espécie de prestação de contas sobre a situação no mercado de derivados de petróleo, que segue marcado pela defasagem nos preços do diesel e da gasolina em relação às cotações no exterior.

Petróleo acima de US$ 90 o barril

A pressão dentro da Petrobras para um reajuste aumentou desde que o petróleo voltou a subir no mercado externo. O governo tem atuado para barrar essa alta. Este mês os preços do barril no mercado externo ultrapassaram US$ 95 em 7 de outubro, depois de terem atingido US$ 82 em setembro. Nesta terça, o barril encerrou o dia cotado a US$ 92,61.

Sob a presidência de Caio Paes de Andrade, foram quatro reduções seguidas na gasolina e três no diesel até o início de setembro, quando os preços internacionais dos derivados mudaram. Andrade assumiu a Petrobras em junho, após a queda de três presidentes por conta do preço dos combustíveis — o executivo foi nomeado justamente com a “missão” de segurar os reajustes e reduzir os preços.

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