A disputa que parecia improvável está oficialmente aberta. Se antes o TikTok era visto apenas como um rival do Instagram, YouTube e Netflix, agora o aplicativo chinês amplia seu campo de batalha: o e-commerce. E o alvo? Gigantes como Amazon e Mercado Livre.
Com o lançamento da TikTok Shop no Brasil, a plataforma dá um passo ambicioso ao transformar seu feed de vídeos em uma vitrine de compras integrada. A ideia é simples e poderosa: unir entretenimento e consumo em uma única experiência. Sem sair do app, o usuário poderá comprar e vender produtos, com toda a jornada de consumo acontecendo enquanto se assiste a vídeos — muitos deles com apelo direto à compra.
Nos Estados Unidos, a TikTok Shop já se consolidou como um fenômeno de vendas. Só em 2023, movimentou impressionantes US$ 9 bilhões, e em 2024, usuários gastam cerca de US$ 32 milhões por dia na plataforma. Além disso, 44% dos usuários americanos já fizeram ao menos uma compra este ano.
No Brasil, a expectativa é alta. O país é o 3º maior mercado do TikTok no mundo, com 111 milhões de usuários ativos. Para dar conta da operação, a empresa vai contar com as mesmas empresas asiáticas que fazem entregas para Shopee e AliExpress, o que indica uma logística baseada na importação direta.
Mas o TikTok vai enfrentar concorrência de peso.
Na última terça-feira (7), o Mercado Livre, líder em e-commerce na América Latina, não ficou parado e anunciou um contra-ataque: um investimento recorde de R$ 34 bilhões em 2025, com foco em logística, tecnologia e marketing. O valor representa um aumento de 50% em relação ao investimento feito em 2024, mostrando que a companhia está disposta a defender sua posição com unhas e dentes.
Com a chegada do TikTok Shop e a reação imediata do Mercado Livre, o mercado de e-commerce brasileiro se prepara para um novo capítulo — onde o scroll e o carrinho de compras vão andar cada vez mais juntos.
